“Nosce te
ipsum”
- Oráculo de Delfos
Conclusão
O presente trabalho teve
como objetivo traçar os paralelos entre a opus alquímica e o processo de
individuação, investigando o significado da imagem alquímica e arquetípica,
suma do processo de individuação, o Ourobóros. Através do método de
amplificação e de levantamentos bibliográficos, foram analisadas obras
filosóficas e/ou acadêmicas que explicitavam a simbologia desta imagem
arquetípica, suas correspondências dentro da simbologia alquímica e as
respectivas analogias com o processo de individuação descrito por C. G. Jung.
'Édipo e a Esfinge' obra de Gustave Moreau (1964) |
A amplificação promove associações diretas da consciência frente a uma
imagem, conteúdo ou símbolo explorado, cujo nome é circumbulação, ou seja, um
movimento circular em torno de um ponto - o próprio método é o uma manifestação
ourobórica - “a amplificação consiste simplesmente em estabelecer paralelos” (JUNG,
1935, 172).
Estende-se ao ponto de considerar aspectos coletivos através de
experiências individuais, recorrendo a fontes de cunho cultural, histórico,
mitos e filosóficos, afim de “ampliar o conteúdo metafórico do simbolismo”
(JUNG, 1935, 173).
O símbolo estaria carregado
com os significados arquetípicos de uma forma apresentável para o ego, e seria
então o terceiro fator da relação psique-corpo, um intermediador que
facilitaria o equilíbrio e manifestação da individualidade, possibilitando uma
vida menos sintomática. Uma vez que a psique tem dificuldade de perceber e
atuar com diferentes polaridades, a doença de manifesta como uma forma de
chamar a atenção para a unilateralidade da psique, e convidá-la a integrar
outros aspectos.
Hieroglifo egípcio 'Ankh', que representa a chave para a vida eterna |
Seria o símbolo então a
ferramenta principal da psique para se manifestar e se transformar, e que, as
religiões, são carregadas destes símbolos que ajudam o homem a se religar com o
divino, ou com seu próprio self, numa forma de vir-a-ser mais natural e fluída.
Toda manifestação de doenças exigiria uma compreensão e investigação simbólica,
que facilitaria a dissolução da mesma.
Em síntese, considerando o paradigma social de unilateralidade,
manifestado entre outras esferas, na psique, produz adoecimentos nos
indivíduos, em níveis mentais e físicos.
A integração desses aspectos
psicológicos inicialmente opostos seria, portanto, a chave da chamada
individuação. Através destes, seria possível atingir um estado psicológico
centrado, no qual o maniqueísmo neurótico não mais afetaria negativamente.
Mandala Tibetana |
A individuação, portanto,
diz respeito ao processo cíclico de integração dos opostos psíquicos para
transcender e atingir um contato mais significativo com suas essências e se
aproximar do arquétipo divino, o Si-mesmo (Self), e está intimamente ligada com
os processos e etapas alquímicas.
Muito bom!! Parabéns, lendo, pensando, pensando...
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